
Onde tinha grama e uma árvore, virava palco do piquenique.
Uma vez, resolvemos ir pro pasto, atrás da casa de vó Lilia, onde chamávamos de brejo. Não era como um brejo, mas o “apelido” veio desde o tempo que realmente era um brejo e ficou.
E pra não ficarmos pertinho da casa de vó, resolvemos ir pra debaixo do pé de paina, que margeava o rio. O lugar era ideal! Fazia um morrinho com grama, árvores e até flores. Cenário perfeito para um piquenique.
Só que no brejo, tinha o curral de tio Francisco, irmão de vô Amir. E nele, suas vacas mais bravas. Enquanto elas estavam longe, não havia problema, mas a partir do momento que alguém começava a falar um pouco mais alto, lá vinha a vaca brava pra estragar a brincadeira.
E fomos nós, alegres e sorridentes fazer a nossa festa.
E eis que num rompante, alguém grita:
- A vaca brava ta vindo!

Foi gente pra tudo que é lado!
Alice carregando Raissa e seu chinelo novo. Tia Silvia “deu no pé” e deixou todo mundo pra trás. E eu corria além que minhas pernas poderiam alcançar.
Passamos debaixo da cerca que dividia o quintal de vó numa velocidade, que pedaços de roupas e fios de cabelo ficaram pendurados no arame.
Depois do susto e assim que recuperamos as energias, fomos contabilizar nosso prejuízo. Além de roupas rasgadas e mechas de cabelos presos no arame, perdemos nossas guloseimas, Raissa perdeu seu chinelo novinho, primeira vez de uso, e ainda por cima levou a maior bronca de tio Ricardo.
Que confusão!
Sei que a partir deste dia, nunca mais fomos pro brejo levar galope de vaca.