Família Souza

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Nosso símbolo de infância

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A capoeira


A capoeira é um pedaço de mata que existe no pasto, nos fundos da casa de tia Lena.

A primeira vez que fomos até lá, meu pai estava junto levando a tiracolo nosso cachorro de estimação Wolf, um Husky Siberiano, que mais parecia um vira-lata, de tanta porcaria que comia.
Caminhávamos naquele pasto, como se ele fosse a montanha mais alta já conquistada por nós: os netos de vô Amir.
E pra não deixar de perder o costume, claro, um dia teríamos que ir à capoeira sozinhos. Desbravar “horizontes” sem ajuda de um adulto.
E um belo dia, o “quarteto fantástico” (eu, Fabio, Alice e Luisa) fomos explorar mata adentro. Nossas “armas” eram um galho de árvore, um facão enferrujado e claro, lanche para comer.
Dentro da mata ouvíamos de tudo: macacos gritando e fazendo bagunça, pássaros cantarolando pra atrair a parceira, grilos disputando o mais alto “cri-cri” e muitos, mas muitos zumbidos de mosquito.
Tudo ia muito bem, Fabio ia à frente abrindo caminho para nós, meninas e nós, meninas, batendo o maior papo e contando longas histórias.
Eis que num certo momento, o homem da expedição fica estático, imóvel, não mexia nem um fio de cabelo e revela o seu maior medo:

- Tem aranhas aqui.


Quando olhamos à nossa volta, estávamos numa clareira, no meio da mata, cercada de teias de aranhas. E enormes aranhas atravessadas nas teias.
Não tenho medo de aranhas, mas confesso que senti um arrepio de ver tanto aracnídeo junto!
Pronto. O local ficou batizado como Santuário das Aranhas.
E desde esse dia, as nossas aventuras na capoeira passaram a ter uma nova rota, mas sempre na volta pra casa ficávamos espiando de longe o Santuário das Aranhas.

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